quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Saudades da época que virava a noite e adormecia os dias

















Não é exatamente falta de inspiração que deixei de postar algumas de minhas majestosas loucuras escritas, e sim por falta de coragem devido ao tempo retorcido por cansaço, suor e loucura.
Ter que dormir a noite é um martírio. A noite completa essa criatura com criatividade e melancolia. No sangue corre impulsos trazendo idéias sacrificadas cobertas por sangue coagulado em que crio a Caverna Interior mais bela de todas.
Saudades da época que virava a noite e adormecia os dias.
Um dia de folga para colocar os escritos nos papéis e vasculhar neurônios que até estão estavam atrofiados.
Vaidades que copulam minha alma.
Não quero correr contra o destino.
Gostaria de ter as escolhas.
Gostaria de velejar na escuridão e assim poder criar todos os dias uma nova versão.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Poesia de Manoel de Barros




















A poesia esta guardada nas palavras
É tudo que eu sei.
Meu fardo é não entender sobre quase tudo
Sobre o nada eu tenho profundidades
Eu não cultivo conexões com o real.
Poderoso pra mim não é aquele que descobre o ouro
Pra mim poderoso é aquele que descobre as insignificancias do mundo e as nossas.
E por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quebra Cabeça

















Vocês não dizem nada.
Esqueço da existência criada,
Esqueço os desenhos pintados.
As palavras inventadas,
Os sonhos são rasgados,
Rasgados e rasgados.
Impossível ser legal com vocês.
Suas palavras são verticais e as minhas radicais.
Eu sei, são radicais.
Mas qual a melhor tradução?
Eu não sei absolutamente nada.
Não sei a resposta.
Nem sei qual é a droga que pode salvar.
Estou sobre pressão,
E não aguento mais.
Tudo parece estar longe,
E assim não tenho como acreditar.
Isso é um quebra cabeça.
E não tenho mais nada a oferecer.
E vocês, não dizem nada.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Contradições da liberdade














A liberdade é algo que precisamos,
Mas não a encontramos.
A liberdade não existe,
É falsa, hipócrita e errante.
Fantasia,
Ilusão,
Demência,
Esquizofrenia.
A liberdade é como a religião.
Apenas contradições.

Dor











Não sinta esperança em absolutamente nada.
A esperança é o fundo do poço quando não alcançada.
Nesse recôndito de minha alma,
Vários periodos de crises com algumas pitadas de felicidade.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sopa de letrinhas dogmáticas




















Tudo vira poesia,
Meus pensamentos, meus sonhos, minhas dores,
Encantos e desencantos.

Quando a luz da Lua cheia refrata em meu rosto,
Eu sou um verme, uma carne velha,
Sou mancha de um estereótipo.

Minha alma é profunda,
Não rompe ligamentos passados,
Nem expurga a cruz de minha angustia e depressão.

Prefiro os remédios que vem com bulas,
Desses momentos pequenos de felicidade,
E soníferos para sentimentos.

Entendendo e suportando,
O futuro na ilusão de um presente saudável,
Futuro de estupidez.

Afundando, libertando, volto a afundar.
Sim!!! Sou uma droga perfeita de perfeição,
Espalho contaminação.

Chutando esquinas de sopas dogmáticas,
Cuspindo nas calçadas das igrejas,
Vomitando toda pilula de entusiasmo.

Não sei se vale a pena mais sonhar.
Talvez deixar o destino cuidar.

Pensamento




















Sou uma bomba relógio,
Feita de loucuras, sonhos e lágrimas.
Sou um curto intervalo no tempo,
Caminhando em busca da paz.

Deixar de falar e me calar,
Cobrir-me em silêncio.
Pensar na morte e escutá-la,
Morrer nesse esquecimento.

Tenho os punhos trêmulos e corpo aflito.
A esperança ás vezes é certa outras vezes incerta.
A dor me faz cogitar o suicídio,
Enfrento as noites de solidão.

Descobri que morri em você.
E me suicidei do mundo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Entrelinhas














Recebi um envelope com letras envenenadas.
Palavras que deixaram minha sombra mais triste.
Não me sinto esfuziante a tempos,
A memória lapidada deixou de ser manipulada.

Quantas águas tamborilaram por essa vidraça.
Hoje esta suja e empoeirada.
Não me sinto esfuziante a tempos
Sinto a mesma dor e meus olhos que estão secos.

Eu sou a fabulista de minha vida.
Estranha e louca vida.
Não me sinto esfuziante a tempos,
Loucura que escorre por entre os dedos.

Mente fechada com ferrolho.
O lugar agora é escuro e sereno.
Esfuziante estou,
Aqui na cama descansa toda a minha sede e meu sossego.

Minha face parece calma.
Ela não parece, ela esta calma.
Esfuziante estou.
Esqueci o perfume dos crisântemos ao relento.

Por mais que eu sinta a poeira do vento nos olhos,
Não sinto mais os olhos machucados.
Sinto-me muito esfuziante,
Devido a sua fisionomia de anjo decadente.

Devolvi o envelope envenenado.
Agora, embedecido em absinto.
Chega de mistério onipresente e fictício,
Não vou mais além do abismo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Estrada de imagem Latente












Uma nova estrada,
Que andando por entre ela,
Cada vez mais violenta.

Sensibilidade camuflada,
Misterioso caminho sem verde,
Seu ar com cheiro diferente.

Pálidas sempre são as traduções,
Quando forjamos as emoções,
E petrificamos o coração.

Vida, vida.
Levem essa vida pela estrada,
Não preciso de lembranças embaçadas.

Vida, vida.
Correndo o mais rápido possivel,
Lás na frente tudo continua invisivel.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Extraviada

Tênue melancolia,
De toda essa inconsciência em mim.
A vida sem sentido duvida,
A ilusão e a matéria falsa longe de mim.

A noite é curta,
Sempre vago em pensamentos.
Pra quê pensamentos?
Nem sei o que falta aqui!

Eu era uma princesa,
Que amou e adormeceu.
Esqueceu -se de tudo ao acordar,
Origem extraviada.

Me perdi,
E nem adianta a luz querer me encontrar.
Sempre morro na luz,
Quando tento nela me fixar.

Silêncio de meu Exilio

Tudo em meu coração é dor,
E sei de onde ela vem,
Entorpece - me com ópio,
Em que o sonho não mais exila.

Aqui, dentro de mim,
A mágoa em horror chora.
O cavaleiro que me amou,
É o mesmo que hoje cessou.

Ninguém sabe e nem imagina,
Que tudo aquié trêmulo,
Não tem luz nem cor,
Apenas a presença e a dor do calor.

Minha tristeza muitas vezes não tem causa,
Muitas vezes nem causa nem fim.
Horas? Não preciso delas,
Pois o tempo nada cura.

Meu silêncio é o tempo,
Tempo de exilio.
Nem as estrelas compreendem o destino,
Nem eu, nem você, nada somos.

Meu silêncio é o meu exilio.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Meu redemoinho

Assim distante,
Em meu canto.
Distante, distante.
Escondendo do encanto,
Quando enfim ou ali,
O encanto vira desencanto.
Meu choro,
Eis o meu choro,
Tudo é pouco e meu tempo outro.
Tamborilam agora canções,
Que borbulham e fervem.
O que sinto é poesia,
Passatempo, passatempo.
O retorno,
A revolta,
O cansaço,
A trégua,
A passagem,
Um momento,
A reflexão,
A ida.
O sempre se foi.
Assim de repente.
Não trouxe nada.
Excluídas as nuvens Negras e claras.
Tudo tem começo, meio e fim.
O que resta, saudades.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Intervalo Doloroso - Fernando Pessoa

Tudo me cansa, mesmo o que não me cansa. A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor.
Quem me dera ser uma criança pondo barcos de papel num tanque de quinta, com um dossel rústico de entrelaçamentos de parreira pondo xadrezes de luz e sombra verde nos reflexos sombrios da pouca água.

Entre mim e a vida há um vidro tênue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não posso lhe tocar.

Raciocinar a minha tristeza! Para quê, se o raciocinio é um esforço! e quem é triste não pode esforçar-se.
Nem mesmo abdico daqueles gestos banais da vida de que eu tanto queriria abdicar. abdicar é um esforço. e eu não possuo o de alma com que esforçar-me.

Quantas vezes me punge o não ser o manobrante daquele carro, o cocheiro daquele trem! qualquer banal Outro suposto cuja vida, por não ser minha, deliciosamente de me penetra de eu quere-la e se me penetra até lhe alheia!
Eu não teria o horror á vida como uma Coisa. A noção da vida como um Todo não me esmagaria os ombros do pensamento.
Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio.
sou tão inerte, tão pobrezinho. tão falho de gestos e atos.

Por mais que por mim me embrenhe, todos os atalhos do meu sonho vão dar a clareiras de angústias.

Mesmo eu, o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge. Então as coisas aparecem-me nítidas. Esvai-se a névoa de que me cerco. E todas as arestas visíveis ferem a carne da minha alma. Todas as durezas olhadas me magoam o conhece-las durezas. Todos os pesos visíveis de objetos me pesam por a alma dentro.

A minha vida é como se me batessem com ela.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Menina

Eu realmente não pretendo fugir.
Limitações agora a incumbir,
Cultivar minha cicuta e meu cipreste,
Depois em volta cingir.

Confusões instalaram-se aqui.
Olhos que vagam por todos os cantos,
Que instalam lágrimas ausentes,
Que se escondem inerentes.

Meu cinerário é sempre assim, cinéreo.
Poucas palavras e muito pensar.
Pensar somente por pensar.
Pensamentos que não se fixam em letras.

Continuo a cingir por aí,
Somente com o olhar,
E com as lágrimas ausentes
Inerentes e submersas.

Podem rir e depois aplaudirem.
Não me importo com criticas.
As boas são esquecidas,
E a más sempre relidas.

Adornarei meu sonhar,
Em uma coroa trançada de louro e flores,
Pendurada na caverna interior,
Quando em outubro queimada com fervor.

Não procurem me entender.
Sou mistério entoado pelos ares.
Floreio acima e abaixo dos desejos.
Sou esse labirinto que invento.

Encontro-me na sombra oculta,
Daquela que não fala somente se cala.
Meu é o mistério de todas as coisas,
Minha inspiração meu maior segredo.

Somente quem me toca de verdade
Sente meu coração,
Minha saliva,
Meu corpo,
Minha respiração.

E somente assim, me presenteio a você.
Necessário ser verdadeiro.
Necessário ser fixamente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Caverna Interior




Fui feita mulher.
Talvez por um simples erro.
Talvez pelo simples poder de argumentar,
E agora ter que me calar.

Eu mesma me desencobri.
Há! Se eu pudesse me desencurvar...
Arrancaria a minha devoção e todo o meu encanto.

Eu esperaria a morte.
Vida = sofrimento
Morte = certeza
E não ficaria espantada
Mais um capítulo, uma casualidade.

Agora, nascendo como um caudilho.
E congelando as mentes a confurtar,
Não gostaria de ser o contrário.
Aqui eu posso mandar e ser respeitado.
O convento esta no conventículo.

E eu terei que mergulhar.
Terei que me convergir e espanar o pó,
Pois assim nasci mulher.

Minha caverna interior,
Um lugar daninho ás vezes,
Mas que possui um Itororó,
Um vasto jardim petrificado.
Nada pessoal mais passional.

A volúpia se perdeu.
Um sentimento de abulia e coração armado.
Não me fizeram homem,
Não tenho o direito de deslumbrar.
E lá no fundo de meu peito adormecido,
Uma ingenuidade totalmente inópia.
Lira, lira, lira...