quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Caverna Interior




Fui feita mulher.
Talvez por um simples erro.
Talvez pelo simples poder de argumentar,
E agora ter que me calar.

Eu mesma me desencobri.
Há! Se eu pudesse me desencurvar...
Arrancaria a minha devoção e todo o meu encanto.

Eu esperaria a morte.
Vida = sofrimento
Morte = certeza
E não ficaria espantada
Mais um capítulo, uma casualidade.

Agora, nascendo como um caudilho.
E congelando as mentes a confurtar,
Não gostaria de ser o contrário.
Aqui eu posso mandar e ser respeitado.
O convento esta no conventículo.

E eu terei que mergulhar.
Terei que me convergir e espanar o pó,
Pois assim nasci mulher.

Minha caverna interior,
Um lugar daninho ás vezes,
Mas que possui um Itororó,
Um vasto jardim petrificado.
Nada pessoal mais passional.

A volúpia se perdeu.
Um sentimento de abulia e coração armado.
Não me fizeram homem,
Não tenho o direito de deslumbrar.
E lá no fundo de meu peito adormecido,
Uma ingenuidade totalmente inópia.
Lira, lira, lira...

Nenhum comentário:

Postar um comentário