terça-feira, 11 de maio de 2010

Entrelinhas














Recebi um envelope com letras envenenadas.
Palavras que deixaram minha sombra mais triste.
Não me sinto esfuziante a tempos,
A memória lapidada deixou de ser manipulada.

Quantas águas tamborilaram por essa vidraça.
Hoje esta suja e empoeirada.
Não me sinto esfuziante a tempos
Sinto a mesma dor e meus olhos que estão secos.

Eu sou a fabulista de minha vida.
Estranha e louca vida.
Não me sinto esfuziante a tempos,
Loucura que escorre por entre os dedos.

Mente fechada com ferrolho.
O lugar agora é escuro e sereno.
Esfuziante estou,
Aqui na cama descansa toda a minha sede e meu sossego.

Minha face parece calma.
Ela não parece, ela esta calma.
Esfuziante estou.
Esqueci o perfume dos crisântemos ao relento.

Por mais que eu sinta a poeira do vento nos olhos,
Não sinto mais os olhos machucados.
Sinto-me muito esfuziante,
Devido a sua fisionomia de anjo decadente.

Devolvi o envelope envenenado.
Agora, embedecido em absinto.
Chega de mistério onipresente e fictício,
Não vou mais além do abismo.

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