terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Menina

Eu realmente não pretendo fugir.
Limitações agora a incumbir,
Cultivar minha cicuta e meu cipreste,
Depois em volta cingir.

Confusões instalaram-se aqui.
Olhos que vagam por todos os cantos,
Que instalam lágrimas ausentes,
Que se escondem inerentes.

Meu cinerário é sempre assim, cinéreo.
Poucas palavras e muito pensar.
Pensar somente por pensar.
Pensamentos que não se fixam em letras.

Continuo a cingir por aí,
Somente com o olhar,
E com as lágrimas ausentes
Inerentes e submersas.

Podem rir e depois aplaudirem.
Não me importo com criticas.
As boas são esquecidas,
E a más sempre relidas.

Adornarei meu sonhar,
Em uma coroa trançada de louro e flores,
Pendurada na caverna interior,
Quando em outubro queimada com fervor.

Não procurem me entender.
Sou mistério entoado pelos ares.
Floreio acima e abaixo dos desejos.
Sou esse labirinto que invento.

Encontro-me na sombra oculta,
Daquela que não fala somente se cala.
Meu é o mistério de todas as coisas,
Minha inspiração meu maior segredo.

Somente quem me toca de verdade
Sente meu coração,
Minha saliva,
Meu corpo,
Minha respiração.

E somente assim, me presenteio a você.
Necessário ser verdadeiro.
Necessário ser fixamente.

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